domingo, 29 de julho de 2018

Readaptação não é facil... Nos ajudem!


Eu havia combinado comigo mesma em escrever apenas as quintas feiras, mas, hoje eu tive uma inspiração após essa semana que passou sobre um texto que achei importante publicar.

Esses dias não estão sendo fáceis para mim, apesar de tomar meus remédios eu ainda tenho crises de ansiedade e estresse. Para quem não sabe atualmente eu tenho depressão e ansiedade, e alguns meses desenvolvi até mesmo uma fobia de alguns lugares.
O texto de hoje é para explicar para as pessoas que não passam por essas doenças como -particularmente- eu me sinto, não sei se 100% das pessoas que passam por algum transtorno psíquico sofrem da mesma forma que eu.

Como eu já comentei em outro texto, eu me importo bastante com a opinião das pessoas, e isso dificulta um pouco minha melhora, pois, cada mal julgamento já me faz ficar abatida.

Toda vez que eu vou comentar sobre minha doença para alguém, eu falo demais. Comento que estou tomando três remédios para ficar bem, que as vezes estou ótima, mas que há dias que eu fico estressada, triste e sem querer ver pessoas. Comento que estou tentando diariamente ficar bem, que as vezes por fora posso estar bem, mas por dentro não, etc...
Eu não teria que falar nada disso para ninguém, mas eu falo por que eu quero fazer as pessoas acreditarem eu estou doente e que não é frescura, eu imploro socorro, e as pessoas me olham com uma cara de piedade ou de “mano, ela está se fazendo de vítima”; na verdade nem sei se as pessoas de fato pensam isso sobre mim, mas é o que eu penso, é o que eu criei na minha cabeça.
Eu quando falo demais, não quero me fazer de vítima, só quero que você acredite em mim e perceba o QUANTO essa doença pode fazer mal, o quanto seu julgamento, seu olhar pode me fazer sentir uma mentirosa.
É muito difícil aceitar que estamos doentes, quem quer ter isso?! Quem quer ficar tomando remédios e remédios para ficar bem?! Quem quer ficar passando em psiquiatra e ser taxada de doida, ou ser questionada diariamente por isso?! Ninguém, não quero chamar atenção assim, não estou fingindo doença para escapar das minhas responsabilidades diárias, como trabalho, escola, exercícios e etc...

A terapeuta que eu passo, sempre me diz:
- Que se dane o que pensam, eu e o psiquiatra que você passa sabem que você está doente. Demos um laudo, isso o que importa, o que nós médicos falamos.

Mas diariamente eu me sinto culpada por estar doente, por ter ficado afastada do meu trabalho por meses, aliás, por não conseguir reagir todos os dias como eu deveria reagir. Eu sei que eu tento diariamente, mas eu sinto que as pessoas me olham “tenta mais, você não está tentando o suficiente”.
Eu retornei ao meu trabalho essa semana, meus colegas foram muito amáveis comigo, mas, sinto culpa quando olho para o meu chefe e penso “poxa, fiquei 3 meses afastada e mesmo voltando ainda não consigo exercer 100% das minhas atividades”. Eu queria voltar 100% bem, mesmo sabendo que eu ainda estou desestabilizada e provavelmente terei que tomar esses remédios por 2 anos, mas ok, eu quero ficar bem.
Não me culpe por estar assim, eu sei que muitas das coisas que eu acho é devido eu sentir culpa, então, eu fico pensando que todos também me culpam.
Sejam empáticos, eu falo isso no geral, com todos que passam por isso, sejam amáveis, sejam humanos. Qualquer pessoa pode passar por isso.
As vezes achamos que aceitamos a doença, mas no fundo não aceitamos. Eu vivo pedindo desculpa para todos por estar assim, por desabafar, por não conseguir desenvolver minhas atividades com fervura como eu fazia.
A depressão é como uma ulcera, podemos desenvolver nossas atividades normalmente, mas a ulcera vai ter dias que fara seu estomago doer e não estaremos bem, talvez precisaremos ficar em casa ou até ser hospitalizada. A depressão é igual, eu posso trabalhar, estudar, fazer exercícios, etc... mas não serão todos os dias bons, não é por que meu médico me liberou que eu estou bem, ele me deixou apta pois agora estou na fase de enfrentar as coisas, e não vai ser fácil me readaptar, mas quero que percebam que eu estou tentando diariamente, desde a hora que eu acordo, mas sozinha eu não consigo.
Acredito que esse meu desabafo servira para muitas pessoas que passam por isso, principalmente quando estão na fase de readaptação.
Sejam humanas e acreditem se dissermos que estamos mal, não conseguimos fingir, nosso humor não é mais controlado por nós, ainda não conseguimos desenvolver sozinhos todas as químicas que nosso cérebro precisa soltar, por isso tomamos remédios, mas não será todos os dias que ele fara o efeito que deve. Nos ajude, quando falamos demais e queremos que vocês acreditem em nós, é um pedido de socorro, de ajuda. Estamos pedindo que respeitem nosso tempo para ficarmos 100% bem.
Não se afaste da gente por que não queremos ver pessoas as vezes, não nos mandem embora por que acreditem ser frescura, não nos deixe de chamar para sair ou fazer um exercício por achar que não estamos capazes ou com preguiça. Nos incentive, nos ajude, façam a gente melhorar, lembre-se de todos os momentos de quando estávamos bem, de quando nos doávamos 100% em tudo que fazemos, dos nosso dias bons, levem em consideração tudo isso.
Vocês podem fazer muito mais do que olhar com piedade, nos sentimos julgados mesmo quando não estamos sendo.
Obrigada a quem leu, esse realmente foi um desabafo, pois, estou na fase de readaptação e não é fácil.
E para quem está doente peçam ajuda em quem você cofia, as vezes acreditamos que ninguém nos entendem, e isso acreditamos fielmente, mas, não guarde tudo para si. Eu guardo, e esses textos estão sendo meu desabafo.





“Há um ano eu enfrentei crise do pânico e um quadro depressivo. Foi o pior momento da minha vida. Aprendi muito com tudo o que vivi. Tristeza não é doença, mas quando se estende no tempo, pode ser. É pr4eciso estar atento á duração dela em nós. Há muita ignorância no trato com pessoas depressivas. É comum escutar que é frescura, exagero, falta do que fazer. Quando de fato se trata de um quadro depressivo, não, não é. Só quem sofre sabe.” By @pefabiodemelo







Meu Instagram @suellenmadeira_



Eu não sou medica, como o blog diz eu sou a paciente, então antes de qualquer coisa procure um médico, algum amigo ou algum familiar que você confie muito e peça ajuda.



Telefone Prevenção ao suicídio: 188

quinta-feira, 26 de julho de 2018

AOS TREZE


Não é difícil encontrar crianças, pré-adolescentes e 
adolescentes com depressão. Aliás, principalmente a 
transição de criança para adolescência é uma fase difícil, 
pois a pessoa estará mudando.

Mas como percebemos quando estamos com depressão?! Quais são os sintomas?! Vou falar o que ocorreu COMIGO.

Comparando de quando eu era adolescente com a minha situação hoje, foi bem diferente!

Quando eu tinha 13/14 anos minha mente alertou sobre o problema, hoje com 27 foi o meu corpo.

Desde criança eu sempre fui muito medrosa. Aos treze anos, comecei a ter pesadelos diariamente, e isso começou a me incomodar, eu já não dormia mais, acordava gritando, chorando e comecei a ter medo de dormir.

No começo achávamos que era algo relacionado a filmes de terror, mas eu sempre fui medrosa até para assistir esses tipos de filmes.

Alguns falavam que era frescura e outros que eu estava doida.

Quando de fato tudo isso começou a me perturbar eu comecei a escrever meus sentimentos em um diário e escrever poemas. Eu colocava a culpa toda em Deus, em minha mente ecoava “como Deus pode permitir que eu passe por isso?! Sou tão jovem”.

Comentava com meus pais sobre os pesadelos, eles pediam para eu rezar, eu frequentava a missa, até fazia parte da acolhida na época, e mesmo assim os pesadelos continuavam.

Isso começou a me prejudicar na escola, por que eu dormia na sala e quando acordava não conseguia identificar o local que eu estava, era como se eu tivesse uma ausência de consciência, óbvio que com isso vieram os bullyings e as zoeiras dos colegas, a coordenadora teve que conversar com a minha mãe e aconselhou ela me levar em um psiquiatra pois já estava afetando meu desempenho.

Ficava alguns dias sem ir para a escola, então, comecei a passar com psiquiatra, como eu estava com medo de dormir ele me passou remédio para me ajudar a ter uma boa noite de sono.




Além dos pesadelos, eu me sentia perseguida, ouvia vozes, sentia DIARIAMENTE vontade de morrer, e todos os dias escrevia esses desejos em meu diário ou escrevia poemas, foi uma válvula de escape para mim.

Com a falta de entendimento do assunto minha família achava que era algo relacionado a espirito ruim, ou seja, a mesmo eu passando com o psiquiatra, tentamos também as igrejas, centros, várias religiões para descobrirem algo.

Eu acredito sim que além da mente estar confusa, há espíritos ruins sim, nossa mente, corpo e alma precisam estar em equilíbrio, e na época eu só atraia coisas negativas.

Eu lembro de cada pensamento que eu tinha, como eu amava coisas escuras, bruxarias, andar de preto e ficar de cara amarrada.

Eu nunca desejei mal a ninguém, na época me desejar a morte não era algum ruim - para mim - pois, eu não me sentia mais viva, eu estava num casulo dentro de mim, eu estava apenas existindo. Me sentia diferente de todos e tudo, como se eu não estivesse em meu mundo, eu só desejava sumir.

De tanto as pessoas me chamarem de doida, eu comecei a acreditar que de fato eu estava doida, não era possível.

Eu tinha amigos na escola que ficavam do meu lado, aliás, uma amiga apenas, e ela amava meus poemas. 

O psiquiatra pensou em me internar, pois, eu me cortava, sim os pulsos, clichê?! Não. Eu precisava me sentir viva, sentir dor e ver o sangue saindo de mim. Em um outro texto explicarei o por que comecei a me cortar, dentro de tantas alternativas. Enfim, o médico queria me internar, e eu falei para ele: - se você fizer isso eu vou me matar. Mas ele acreditava que se não fizesse eu iria fazer isso. Vontade não faltava, me faltava coragem.

Nova, muitos preconceitos, bullyings, taxada de doida e para “piorar” EMO. Pois é, eu era Emmo., então sofria mais zoeira ainda.

A Emo depressiva, diferentona, doida e que queria chamar a atenção.

Pré-adolescência, pelos crescendo onde “não deveriam”, corpo mudando, criando personalidade. Meu Deus, quanta coisa, que fase difícil. Não só para mim que tive depressão, mas, para qualquer “criança” passando por tudo isso. Gente. Adolescência ou pré-adolescência são fases difíceis, não só para os pais, mas para nós também, são muitas mudanças.

O por que tive depressão eu não vou falar. Mas há tantos motivos, geralmente por algo que ocorreu antes ou alguma responsabilidade que você e/ou alguém jogou para você, bullying, pressão, esgotamento, inúmeros motivos...

Então, para saber se você tem essa doença e o porquê, procure um médico, somente eles podem dar esse diagnóstico, mesmo se o MUNDO falar que é frescura ou que você está louco. Quem poderá lhe dar qualquer tipo de diagnóstico e te orientar caso não seja, é um médico.

É difícil lidar com as pessoas te julgando, eu mesma me importo muito com o julgamento dos outros. Mas, junto com “minha” terapeuta estou aprendendo a não me importar mais. Algumas pessoas não têm noção de como a mente pode brincar conosco, ou o quanto ela é poderosa.



Eu não sou medica, como o blog diz eu sou a paciente, então antes de qualquer coisa procure um médico, algum amigo ou algum familiar que você confie muito e peça ajuda.


Telefone Prevenção ao suicídio: 188

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Depressão: Real ou frescura.


Eu sempre quis criar um blog para falar de algo, meu intuito era ajudar as pessoas e eu realmente não conseguia achar assuntos para isso.

Acreditava que meu lance era falar de amor, mas, eu não tive muitas experiências, eu iria tratar no achismo, e convenhamos que esse lance de achismo é cilada, você paga com a língua sem perceber. Criei um blog com uma amiga, mas também não foi para a frente, faltava algo, algum entusiasmo para escrever. Como eu disse acima meu intuito era ajudar as pessoas.

 A depressão, ansiedade, síndromes, bullying, etc... São assuntos pouco falados, mas que hoje há várias pessoas para ajudar, mas as principais que são a nossa família, ou seja, dentro de casa provavelmente não estão preparadas para nos ajudar, não nos sentimos confortáveis em falar desses assuntos com nossos pais ou irmãos.

 A primeira vez que fui diagnosticada com depressão foi quando eu tinha 13 anos de idade, uma idade não muito surpreendente pois é o começo da pré-adolescência e de mudanças no corpo, mente e criação da nossa personalidade. 

 No começo quando comecei a ter os sintomas minha família não sabia lidar e muitos acreditavam que era frescura, que eu apenas queria chamar a atenção. Gêmea com a minha irmã e 2 irmãos mais velhos na época, ah só quer chamar a atenção. Mas, não era frescura, era real, pelo menos na minha mente, e quando não tratado só vem a piorar. 

 Nesse texto eu irei resumir bem sobre essa minha história, pois, ela é longa e terei que escrever vários textos sobre ela, mas achei interessante começar pela minha pré-adolescência, pois acredito que muitos jovens vão ler e provavelmente não tem noção de como começar a procurar ajuda, como eu na época.




 Para me aliviar um pouco da tristeza e medo que eu sentia, eu comecei a escrever poemas, eles descreviam de uma forma abstrata do que eu sentia. 

Com os pesadelos que eu tinha, as vozes que eu ouvia e até as visões, obvio que achávamos que era algo espiritual, lá fomos nós procurar todo tipo de religião para me ajudar, mas eu passava com psiquiatra, aliás se eu não me engano comecei a passar com 14 anos.

 Naquela época passar com psiquiatra existia um ENORME preconceito, ainda mais na minha idade, taxada de louca, né?! Hoje não é tão diferente, muitas pessoas deixam de pedir ajuda por preconceito. Você não é louco em passar em psiquiatra ou psicólogo, você é sã como qualquer outra pessoa, e vai se tornar uma pessoa cada vez melhor. Todos deveriam passar com psicólogo, ajuda tanto.

Hoje eu não tenho mais vergonha em falar que passo com ambos e que para eu estar de bom humor preciso de remédios. São médicos e estou com doenças como outro qualquer, não seja tão duro consigo mesmo.

 As pessoas não entendem, mas hoje há vários centros de ajuda, hoje falamos mais sobre o assunto do que antigamente, e as pessoas tem a mente aberta. Mas ainda assim, a depressão para muitos é fraqueza e quem passa em psiquiatra é louco.

 O que não é verdade, aceitar a doença é um passo muito longo que você dá e se livrar desses preconceitos que a própria sociedade impõe mostra que você está amadurecendo.

Eu acredito que até mesmo na sua casa alguém pode ter preconceito e usar isso para zombar de ti, é difícil, por que com 13 anos eu sofri das pessoas me chamarem de louca, como eu odiava a consulta com o psiquiatra, eu queria morrer.

Hoje eu consigo entender que é uma consulta como outra qualquer, ele vai te dar um remédio para você fazer um tratamento caso você esteja com alguma doença que necessite de medicamentos.

 Não deixem as pessoas te intimidarem falando que é frescura, obvio que há sintomas para distinguir isso, mas só quem pode falar se você está realmente doente ou não é um médico, isso independente da sua idade.

 Hoje com 27 anos fui diagnosticada novamente com depressão, e vocês não tem noção de quantas pessoas falaram que era frescura, e no começo eu fiquei MUITO mal, triste mesmo, queria provar que não era frescura. Mas como provar algo para pessoas que não querem entender? Nem se importavam comigo. Par eles eu tinha que ficar num quarto escuro, chorando e tentando várias formas de me matar, no começo eu até fiz isso e me afastei de “amigos”, mas até alguns desses “amigos” não se importam. Eu me importo comigo, por isso estou buscando ficar mais dias bem do que mal. É difícil aceitar que para eu ficar bem preciso de remédios, mas sei que será temporário e futuramente minha própria mente ficara bem.

 Hoje foi apenas uma introdução, e não DEPRESSÃO NÃO É FRESCURA.



Eu não sou medica, como o blog diz eu sou a paciente, então antes de qualquer coisa procure um médico, algum amigo ou algum familiar que você confie muito e peça ajuda.

Telefone Prevenção ao suicídio: 188