Eu havia combinado comigo mesma em escrever apenas as
quintas feiras, mas, hoje eu tive uma inspiração após essa semana que passou
sobre um texto que achei importante publicar.
Esses dias não estão sendo fáceis para mim, apesar
de tomar meus remédios eu ainda tenho crises de ansiedade e estresse. Para quem
não sabe atualmente eu tenho depressão e ansiedade, e alguns meses desenvolvi
até mesmo uma fobia de alguns lugares.
O texto de hoje é para explicar para as pessoas que
não passam por essas doenças como -particularmente- eu me sinto, não sei se
100% das pessoas que passam por algum transtorno psíquico sofrem da mesma forma
que eu.
Como eu já comentei em outro texto, eu me importo
bastante com a opinião das pessoas, e isso dificulta um pouco minha melhora,
pois, cada mal julgamento já me faz ficar abatida.
Toda vez que eu vou comentar sobre minha doença
para alguém, eu falo demais. Comento que estou tomando três remédios para ficar
bem, que as vezes estou ótima, mas que há dias que eu fico estressada, triste e
sem querer ver pessoas. Comento que estou tentando diariamente ficar bem, que
as vezes por fora posso estar bem, mas por dentro não, etc...
Eu não teria que falar nada disso para ninguém, mas
eu falo por que eu quero fazer as pessoas acreditarem eu estou doente e que não
é frescura, eu imploro socorro, e as pessoas me olham com uma cara de piedade
ou de “mano, ela está se fazendo de vítima”; na verdade nem sei se as pessoas
de fato pensam isso sobre mim, mas é o que eu penso, é o que eu criei na minha
cabeça.
Eu quando falo demais, não quero me fazer de vítima,
só quero que você acredite em mim e perceba o QUANTO essa doença pode fazer
mal, o quanto seu julgamento, seu olhar pode me fazer sentir uma mentirosa.
É muito difícil aceitar que estamos doentes, quem
quer ter isso?! Quem quer ficar tomando remédios e remédios para ficar bem?! Quem
quer ficar passando em psiquiatra e ser taxada de doida, ou ser questionada
diariamente por isso?! Ninguém, não quero chamar atenção assim, não estou
fingindo doença para escapar das minhas responsabilidades diárias, como
trabalho, escola, exercícios e etc...
A terapeuta que eu passo, sempre me diz:
- Que se dane o que pensam, eu e o psiquiatra que você
passa sabem que você está doente. Demos um laudo, isso o que importa, o que nós
médicos falamos.
Mas diariamente eu me sinto culpada por estar
doente, por ter ficado afastada do meu trabalho por meses, aliás, por não
conseguir reagir todos os dias como eu deveria reagir. Eu sei que eu tento
diariamente, mas eu sinto que as pessoas me olham “tenta mais, você não está
tentando o suficiente”.
Eu retornei ao meu trabalho essa semana, meus
colegas foram muito amáveis comigo, mas, sinto culpa quando olho para o meu
chefe e penso “poxa, fiquei 3 meses afastada e mesmo voltando ainda não consigo
exercer 100% das minhas atividades”. Eu queria voltar 100% bem, mesmo sabendo
que eu ainda estou desestabilizada e provavelmente terei que tomar esses remédios
por 2 anos, mas ok, eu quero ficar bem.
Não me culpe por estar assim, eu sei que muitas das
coisas que eu acho é devido eu sentir culpa, então, eu fico pensando que todos também
me culpam.
Sejam empáticos, eu falo isso no geral, com todos
que passam por isso, sejam amáveis, sejam humanos. Qualquer pessoa pode passar
por isso.
As vezes achamos que aceitamos a doença, mas no
fundo não aceitamos. Eu vivo pedindo desculpa para todos por estar assim, por
desabafar, por não conseguir desenvolver minhas atividades com fervura como eu
fazia.
A depressão é como uma ulcera, podemos desenvolver
nossas atividades normalmente, mas a ulcera vai ter dias que fara seu estomago
doer e não estaremos bem, talvez precisaremos ficar em casa ou até ser
hospitalizada. A depressão é igual, eu posso trabalhar, estudar, fazer exercícios,
etc... mas não serão todos os dias bons, não é por que meu médico me liberou
que eu estou bem, ele me deixou apta pois agora estou na fase de enfrentar as
coisas, e não vai ser fácil me readaptar, mas quero que percebam que eu estou
tentando diariamente, desde a hora que eu acordo, mas sozinha eu não consigo.
Acredito que esse meu desabafo servira para muitas
pessoas que passam por isso, principalmente quando estão na fase de
readaptação.
Sejam humanas e acreditem se dissermos que estamos
mal, não conseguimos fingir, nosso humor não é mais controlado por nós, ainda
não conseguimos desenvolver sozinhos todas as químicas que nosso cérebro precisa
soltar, por isso tomamos remédios, mas não será todos os dias que ele fara o
efeito que deve. Nos ajude, quando falamos demais e queremos que vocês acreditem
em nós, é um pedido de socorro, de ajuda. Estamos pedindo que respeitem nosso
tempo para ficarmos 100% bem.
Não se afaste da gente por que não queremos ver
pessoas as vezes, não nos mandem embora por que acreditem ser frescura, não nos
deixe de chamar para sair ou fazer um exercício por achar que não estamos
capazes ou com preguiça. Nos incentive, nos ajude, façam a gente melhorar,
lembre-se de todos os momentos de quando estávamos bem, de quando nos doávamos
100% em tudo que fazemos, dos nosso dias bons, levem em consideração tudo isso.
Vocês podem fazer muito mais do que olhar com
piedade, nos sentimos julgados mesmo quando não estamos sendo.
Obrigada a quem leu, esse realmente foi um
desabafo, pois, estou na fase de readaptação e não é fácil.
E para quem está doente peçam ajuda em quem você
cofia, as vezes acreditamos que ninguém nos entendem, e isso acreditamos fielmente,
mas, não guarde tudo para si. Eu guardo, e esses textos estão sendo meu
desabafo.
“Há um ano eu enfrentei crise do pânico e um quadro
depressivo. Foi o pior momento da minha vida. Aprendi muito com tudo o que
vivi. Tristeza não é doença, mas quando se estende no tempo, pode ser. É pr4eciso
estar atento á duração dela em nós. Há muita ignorância no trato com pessoas
depressivas. É comum escutar que é frescura, exagero, falta do que fazer. Quando
de fato se trata de um quadro depressivo, não, não é. Só quem sofre sabe.” By @pefabiodemelo
Meu Instagram @suellenmadeira_
Eu não sou medica, como o blog diz eu sou a
paciente, então antes de qualquer coisa procure um médico, algum amigo ou algum
familiar que você confie muito e peça ajuda.
Telefone Prevenção ao suicídio: 188
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